domingo, 13 de junho de 2010

Sustentabilidade? - parte I

Por Renata Arruda
No dia 10 de junho participei do Comitê de Sustentabilidade Aberje, que foi realizado no auditório da Fundação Dom Cabral em Belo Horizonte. A oportunidade me provocou vários questionamentos internos que venho compartilhar com vocês.

Se fala muito atualmente em sustentabilidade na comunicação, mas ainda é perceptível  que pouco se faz; em conversa com colegas profissionais de comunicação tenho encontrado muitas dúvidas e diversas interpretações por vezes distorcidas sobre o tema. Participando do comitê pude perceber que isto é comum e que ainda existe um grande público que é leigo a este respeito.

Sustentabilidade no meu conceito é a prática de suprir as necessidades atuais sem danificar o meio em que os nossos decendentes irão viver. Assim devemos entender o quanto este termo é importante e é um trabalho que cabe ao profissional de comunicação e ao Relações públicas exercer que a longo prazo resultará em qualidade de vida e um ambiente mais saudável.

Segue abixo algumas outras definições extraídas do Guia de Comunicação e Sustentabilidade elaborado pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável).
"Formas de progresso que atendam às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas necessidades. (World Business Council for Sustainable Development - (WBCSD)"
''O ponto de intersecção entre os negócios e os interesses da sociedade e do planeta. (Andrew W. Savitz, presidente da Sustainable Business Strategies, consultoria americana de sustentabilidade).
Outra questão que me incomoda é a pegada ecológica e a forma dramatizada que muitos comunicadores utilizam para falar sobre o tema e que no final de contas não gera conhecimento e nem estímulo para abraçar a causa.

Foi assim que através de depoimentos interessantes no comitê e lendo o guia de Comunicação e sustentabilidade descobri que muitos profissionais engajados no assunto já mudaram a estratégia e atualmente buscam educar e fazer uma comunicação mais leve, mais sutil e envolvente sobre o tema.

Quando você como profissional de comunicação ou como gestor de uma empresa resolve falar sobre sustentabilidade primeiro é necessário educar o seu público, levando até ele o conceito da questão e a importância da ação sustentável dentro da organização.
Segundo Eraldo Carneiro, gerente de planejamento e gestão de comunicação da Petrobras, devemos trabalhar a '' ...comunicação como um processo educativo e transformador...''
Assim podemos perceber que muito se tem feito para permitir que todos entendam e compartilhem esta idéia, é claro que ainda devem ser tomados grandes passos, mas o que me acalenta é saber que não estamos paralisados no tempo.

Semana que vem falaremos do Triple Bottom Line - acompanhem!


Sugestão de sites: Propaganda Sustentável
                             Coma Com Os Olhos

Comunicação corporativa ganha espaço no alto escalão

Por Roberta Lippi, para o Valor, de Nova York e São Paulo
09/06/2010

Em uma palestra dada recentemente nos Estados Unidos para profissionais de relações públicas, a poderosa CEO mundial da Avon Andrea Jung admitiu que de todos os executivos de sua equipe, o mais próximo e com o qual ela passa a maior parte o tempo é a vice-presidente de comunicação, Nancy Glaser. No mesmo evento, realizado pela Arthur W. Page Society, a presidente global da Kraft Foods, Irene Rosenfeld, disse que a comunicação tem sido indispensável para garantir o sucesso dos negócios da companhia.

As discussões deixaram claro que os executivos de comunicação que fazem a diferença não apenas têm um assento na diretoria, mas já influenciam na agenda de negócios da organização. "As expectativas dos CEOs aumentaram muito em relação a esta posição", diz o consultor Richard Marshall, diretor da prática de assuntos corporativos da Korn/Ferry nos EUA. Em um debate promovido com outros dois headhunters, Marshall afirmou que este é um momento de grandes oportunidades para quem atua na área. Segundo ele, a busca por esses executivos aumentou significativamente nos últimos dois anos. Os salários também ganham proporções de primeiro nível: estudo realizado em 2009 pela Korn/Ferry International com as 200 maiores empresas listadas pela revista "Fortune" revelou que, nos EUA, a remuneração média dos CCOs (Corporate Comunication Officers), incluindo salário fixo e remuneração variável, chega a superar US$ 1 milhão por ano.

Essas constatações também têm sido percebidas no Brasil: seja a função chamada de comunicação corporativa, relações institucionais, assuntos corporativos ou CCO, o fato é que os executivos de comunicação empresarial alcançaram nas grandes organizações um patamar que os torna tão importantes quanto qualquer outro colega do alto escalão. Os salários por aqui crescem na mesma toada: a remuneração mensal pode variar de R$ 20 mil a R$ 70 mil, dependendo do nível do cargo e de que áreas estão abaixo dele. Esse "teto" se refere, por exemplo, a um vice-presidente que engloba todo o orçamento de comunicação e marketing da companhia.

Mas vale lembrar que os títulos nesta área nem sempre revelam o peso da função: é muito comum um gerente responder diretamente ao presidente e possuir alto poder de influência estratégica. "As empresas querem gente cada vez mais sênior nessas posições. Antes, era um gerente. Agora, querem um diretor ou um vice-presidente e estão dispostas a pagar por isso", diz Paulo Amorim, da Korn/Ferry Brasil. Ele confirma que a demanda tem aumentado. Só em 2009, a K/F realizou seis projetos de recrutamento na área, número que ele considera bastante relevante.

Se para algumas empresas como a Petrobras e outras grandes multinacionais a comunicação já é estratégica há pelo menos uma década, para a maioria das organizações no Brasil esse cenário ainda é novidade. Por isso, encontrar gente com uma visão menos técnica e mais estratégica da comunicação tem sido uma tarefa relativamente nova para os "caça-talentos" que ainda estão aprendendo a identificar esses novos perfis no mercado. "Temos tentado fazer um trabalho de educação com esses recrutadores", conta Paulo Nassar, diretor geral da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial). Ele afirma que, além de ser procurado com frequência por consultores para fazer a ponte entre candidatos e vagas, tem marcado reuniões com algumas empresas para explicar os novos desafios desta profissão.

"Já fui abordada por headhunters e percebi desconhecimento de parte deles sobre o papel da área de comunicação corporativa nas empresas. Alguns confundem com marketing e outros ficam presos a checar conhecimento específico acerca dos processos a serem executados pela área nas empresas", afirma a gerente de comunicação da construtora Camargo Corrêa, Denise Pragana. Na empresa há pouco mais de um ano, ela foi contratada por meio de networking. Outra profissional, ex-gerente de comunicação da Vale e atualmente em processo de recolocação, também tem sentido isso. "É preciso educar as empresas de recrutamento e trabalhar a nossa própria reputação", diz ela. "Muitas vezes, nem a própria empresa sabe qual é o seu problema e o perfil do profissional que precisa", afirma a gerente de comunicação e responsabilidade social da Monsanto do Brasil, Cristina Rappa. Ela diz que é comum, por exemplo, pensarem que o gargalo é a exposição na mídia quando o problema é a reputação da empresa como um todo.

Já o diretor de comunicação e sustentabilidade da TIM, Maurício Bacellar, há menos de um ano na companhia, considera que o seu processo de contratação foi muito bem conduzido. "Trabalha-se muito com o networking, mas percebi que é tudo dentro de um contexto profissionalizado", defende o executivo. Ele lembra que, no fundo, não existe receita de bolo. Um bom profissional para uma empresa não será necessariamente bom para outra. E, por mais que o processo de seleção tenha sido bem amarrado, é a partir do momento que o executivo contratado coloca a mão na massa que será feito o diagnóstico mais preciso das necessidades da empresa sob o ponto de vista estratégico. "É comum a empresa achar que o problema é só a imprensa, mas não vejo isso como um erro de briefing. O executivo de comunicação é a pessoa que tem de saber identificar a estratégia que a empresa está precisando", diz Bacellar.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Mensagem do Presidente - ''Carta de Brasília''


De acordo com os princípios que norteiam a Global Alliance for Public Relations and Communication Management, para o desenvolvimento da profissão de Relações Públicas globalmente, os representantes dos 18 países reunidos em Brasília, no 3º World Public Relation Festival, sob o tema “Vozes do Mundo”, concluíram:

Que a prática das Relações Públicas é um instrumento para o desenvolvimento das pessoas e das nações na construção de uma sociedade mais justa.

Que os profissionais de Relações Públicas devem se engajar na luta contra a injustiça, a discriminação e exclusão social de homens e mulheres como um padrão mínimo para contribuir com o desenvolvimento e a sustentação dos direitos humanos.

Que a profissão de Relações Públicas deve ter a responsabilidade de engajar a sua voz e empregar seus talentos na busca da liberdade de indivíduos, da aceitação das diferenças individuais, bem como da diversidade em todas as suas formas, seja ela ética ou cultural, para o bem maior da sociedade.

Que os profissionais de Relações Públicas persigam o estabelecimento e o fortalecimento das relações com todos os seus públicos, de forma a quebrar ou reduzir as barreiras que impedem o acesso de milhões de pessoas do mundo às condições mínimas para o seu sustento.

Que as Relações Públicas devem apoiar a promoção dos valores democráticos, baseados na liberdade de expressão, do livre arbítrio e da liberdade de circulação da informação, incluindo a Internet e as novas tecnologias”.

Brasília, 28 de junho de 2006.

''Existem textos e recomendações que os participantes de uma profissão não podem esquecer. Este é um deles.

Ele foi a conclusão dos representantes de entidades de 18 países, participantes da Global Alliance for Public Relations and Communication Management, no final do 3rd World Public Relations Festival, evento realizado anualmente em países nos quais aquela associação possui entidades associadas. O congresso realizado no Brasil, em 2006, com co-realização do CONFERP e organização do Grupo Labor, mais especificamente em Brasília, teve com título: Public Relations: The Voice Of The World.

Esse título nos leva a pensar Relações Públicas para todas as organizações de um país e de todos os países do mundo. É esse o papel que Relações Públicas deve exercer: ser a voz das organizações em geral. A voz que orienta cada membro da organização para a construção da imagem, do conceito, da reputação objetivadas por ela.

João Alberto Ianhez
Presidente